Carboidratos e seus canais de absorção.
Que o carboidrato é a principal fonte de energia para o organismo humano todos nós sabemos, portanto, preparamos uma matéria para falar um pouco mais sobre sua oxidação, seu principal índice de controle, canais de absorção pontos não tão comentados e que podem agregar na escolha e compreensão deste necessário macronutriente principalmente para finalidade esportiva.
Devido ao fato de o organismo não digerir e nem absorver todos os carboidratos com a mesma velocidade, um mecanismo denominado índice glicêmico foi desenvolvido para avaliar o efeito dos carboidratos sobre a glicose sanguínea. O índice glicêmico é um indicador qualitativo da habilidade de um carboidrato ingerido em elevar os níveis glicêmicos no sangue, fornecendo informações efetivas para um plano nutricional apropriado em relação à suplementação estratégica de carboidratos para o exercício. Isso vem sugerir que, além do tipo de carboidrato (simples ou complexo), o índice glicêmico pode ser usado como um guia de referências para a seleção do suporte nutricional ideal de carboidratos para os esportistas.
O carboidrato ingerido via alimentação tem suas taxas de oxidação influenciadas pelo tempo, quantidade e o tipo de carboidrato ingerido. A menor forma dos carboidratos são os monossacarídeos (glicose e frutose) e os dissacarídeos (sacarose) que favorecem menor quebra (ou hidrólise) para serem absorvidos, facilitando no tempo até sua absorção intestinal. E quanto ao seu melhor proveito a ingestão de carboidratos de diferentes transportadores intestinais apresenta-se como fator determinante para a oxidação. Um exemplo simples é a glicose e a frutose, a primeira absorvida pelo transportador SGLT1 e a segunda pelo transportador GLUT5.
A ingestão concomitante destes carboidratos é priorizada devido à influência do índice glicêmico, digestão e absorção dos mesmos. Os carboidratos glicose e sacarose apresentam alto índice glicêmico e a frutose apresenta baixo índice glicêmico, podendo a ingestão de todos eles evitar o aumento exacerbado da glicemia sanguínea.
Além disso, é importante considerar a composição geral de ingredientes que podem facilitar ou prejudicar a absorção de carboidratos, químicos, palatabilidade, consistência e individualidade de cada organismo para uma escolha assertiva que cumpra com a demanda energética e a necessidade do indivíduo.
Referências: 1. Sapata, Katiuce Borges, Ana Paula Trussardi Fayh, and Alvaro Reischak de Oliveira. “Efectos del consumo previo de carbohidratos sobre la respuesta de glicemia y desempeño.” Revista Brasileira de medicina do esporte 12.4 (2006): 189-194.
2. FONTAN, Jeniffer dos Santos; AMADIO, Marselle Bevilacqua. O uso do carboidrato antes da atividade física como recurso ergogênico: revisão sistemática. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 21, p. 153-157, 2015.